O dia tinha sido calmo, Pipi dormia enrolado à Mugi em cima do escano, tinha mungido as onze vacas e ainda correu atrás de umas ovelhas, até o Bode Zé desapareceu toda a tarde, só a Égua Estrela andou sempre atrás de Pipi. Mas não teve sorte. Ilac estava confuso sentado à porta de casa, tudo rodava à sua volta, como era possivel. O Mundo não para de rodar nem por um segundo, pensava Ilac, em todo o lado sinto este equilíbrio, em que o chão em segundos está logo aqui. E nisto... trufas... mais um dente partido. Estatelado no chão começa a ver o tecto a rodar, a rodar de uma maneira louca, nem a roda gigante de Amesterdão rodava assim, começou a ficar com calafrios e preocupado com Pipi. Tenho de lá ir ainda cai do escano, pensava. Entretanto o rodopio do tecto parecia acalmar. Agarrado a um galho consegue chegar ao jardim que o deixa de olhos arregalados. - Mas que merda é esta. - Resmungou. Alguém tinha alterado as cores. Tudo estava com tons amarelados, o final de tarde ficou amarelado, a relva, o céu, inclusive as macieiras que se viam ao fundo. Parecia que tinha caído no Brasil, até o clima mudou para húmido e pegajoso, estava todo suado com a roupa colada. Decidiu despir-se o que pouco ajudou, sentia que precisava era de outra rodada de mescal, mas a companheira do mescal estava diferente. Desde que tinha gravado a tatuagem com o nome da Mireia em egípcio no fundo das costas que não tinha os mesmos pasmos. De repente a tia Valquíria aparece nua montada na Estrela, que estava cor-de-rosa. Não aguentou. Desmaiou.